<i>Audax</i>
Ao sábado à noite, na RTP2, há um concurso que ninguém que queira aprofundar aspectos da ofensiva ideológica devia perder. Trata-se de Audax e pretende ser um concurso para jovens empreendedores.
O conceito é simples: um conjunto de jovens apresenta ideias para negócios. Um júri de reputados gestores faz a triagem, escolhe 30 finalistas que apresentam na televisão o seu projecto e o vencedor, o que tem mais «espírito de iniciativa» e originalidade, ganha 50 mil euros.
O concurso é uma ideia da RTP2 e do ISCTE – faculdade lisboeta que aloja o Centro de Investigação e Apoio ao Empreendedorismo e Empresas Familiares -, patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos e pela PT. O apresentador é o inimitável Sérgio Figueiredo, eternamente jovem promissor, ex-director do Jornal de Negócios e promotor do Compromisso Portugal.
O «empreendedorismo» é um conceito que tem sido muito promovido nos últimos anos pelo capitalismo, apresentado como solução para os problemas da economia. Insere-se na campanha que visa responsabilizar individualmente cada pessoa pelo «sucesso» ou pelo «insucesso» do seu percurso profissional e de vida. Fazendo com que o desempregado e o precário se culpabilizem por o ser, que quem tem baixos salários se sinta «incompetente».
Dos Centros de Emprego, que promovem acções de formação em empreendedorismo para «requalificar» desempregados, às escolas e universidades, que abrem concursos, gabinetes e cadeiras curriculares, passando por autarquias e organizações não-governamentais, que premeiam casos de sucesso em «empreendedorismo», tudo se conjuga para a promoção deste conceito.
Quantas vezes – demasiadas – jovens e desempregados são empurrados para a situação aflitiva de micro empresários, estrangulados pelos compromissos bancários e pela crise que assola o país, culpabilizando-se porque a sua «ideia de negócio» não foi suficientemente boa.
Entretanto, as estatísticas oficiais do desemprego vão sendo aliviadas, os bancos lucram, a tomada de consciência, social e política, sobre os problemas é atrasada. Aparentemente, saem todos a ganhar – menos, claro, o «empreendedor».
O conceito é simples: um conjunto de jovens apresenta ideias para negócios. Um júri de reputados gestores faz a triagem, escolhe 30 finalistas que apresentam na televisão o seu projecto e o vencedor, o que tem mais «espírito de iniciativa» e originalidade, ganha 50 mil euros.
O concurso é uma ideia da RTP2 e do ISCTE – faculdade lisboeta que aloja o Centro de Investigação e Apoio ao Empreendedorismo e Empresas Familiares -, patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos e pela PT. O apresentador é o inimitável Sérgio Figueiredo, eternamente jovem promissor, ex-director do Jornal de Negócios e promotor do Compromisso Portugal.
O «empreendedorismo» é um conceito que tem sido muito promovido nos últimos anos pelo capitalismo, apresentado como solução para os problemas da economia. Insere-se na campanha que visa responsabilizar individualmente cada pessoa pelo «sucesso» ou pelo «insucesso» do seu percurso profissional e de vida. Fazendo com que o desempregado e o precário se culpabilizem por o ser, que quem tem baixos salários se sinta «incompetente».
Dos Centros de Emprego, que promovem acções de formação em empreendedorismo para «requalificar» desempregados, às escolas e universidades, que abrem concursos, gabinetes e cadeiras curriculares, passando por autarquias e organizações não-governamentais, que premeiam casos de sucesso em «empreendedorismo», tudo se conjuga para a promoção deste conceito.
Quantas vezes – demasiadas – jovens e desempregados são empurrados para a situação aflitiva de micro empresários, estrangulados pelos compromissos bancários e pela crise que assola o país, culpabilizando-se porque a sua «ideia de negócio» não foi suficientemente boa.
Entretanto, as estatísticas oficiais do desemprego vão sendo aliviadas, os bancos lucram, a tomada de consciência, social e política, sobre os problemas é atrasada. Aparentemente, saem todos a ganhar – menos, claro, o «empreendedor».